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Belém

Suporte especializado é diferencial para alunos com deficiência

Educação com professores preparados, acolhimento e atendimento especializados impulsionam desenvolvimento de estudantes, tanto na escola, como no a...

03/12/2025 09h22
Por: Redação
Fonte: Agência Belém
Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda

“Eles têm que ter a oportunidade e a sociedade tem que dar oportunidade para todos, porquetodos têm condições de aprender”, afirma a professora de Educação Especial de Belém, Pedrina Quaresma, após realizar atendimento do aluno Igor Diniz, de 5 anos, da Escola Municipal Maria Lúcia Soares de Castro. Igor foi diagnosticado comTranstorno do Espectro Autista(TEA) quando tinha 2,5 anos.

A mãe do estudante, Maria Diniz, relembra o quanto foi difícil no começo. Igor chorava muito e não aceitava fazer as atividades da escola, quando entrou na turma do berçário, antes do diagnóstico. Após a confirmação do TEA, ele começou a receber oAtendimento Educacional Especializado (AEE)

“Ele se desenvolveu muito aqui na escola com os coleguinhas. Elenão conseguia se concentrar, ele ficava correndo… A diferença é muito grande, principalmente na comunicação dele. Antes ele se comunicava e a gente não entendia. E hoje é bem claro, a gente consegue entender. Issomudou a vida dele completamente. E eu espero que isso nunca mude, não só aqui como em qualquer outra escola, que tenha sempre essa educação especial para todas as crianças que precisam”, pede a mãe.

Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda

Atendimento especializado

Previsto na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o AEE é o conjunto deatividades didático-pedagógicas, desenvolvido porprofissional qualificado, para assegurar aplena participação dos estudantes no processo de aprendizagem. Realizado prioritariamente nas salas de recursos multifuncionais da própria escola, as atividades não substituem a escolarização, mas complementam e/ou suplementam a formação dosalunos com deficiência.

Na Escola Maria Lúcia Soares de Castro, a sala de recursos multifuncionais tem um diferencial: boa parte dos recursos didático-pedagógicos sãoconfeccionados artesanalmente pela professora Pedrinae o marido dela, a partir de materiais reaproveitados. Tampas de garrafas, restos de madeira, caixas de papel, isopor e outros objetos que iriam para o lixo, ganham cor e viram ferramentas de aprendizagem.

Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda

No atendimento com Pedrina, Igor, aluno do Jardim II, mostra que já estápreparado para ir para o Ensino Fundamental: conhece as letras, as cores, sabe ler e escrever o próprio nome e demonstra raciocínio aguçado na hora de fazer as atividades propostas.

“Como são crianças do Ensino Infantil, todos os trabalhos têm que ser lúdicos, com material pedagógico que a criança goste, que elase sinta beme com o qual ela possacriar e ficar à vontade”, comenta a professora. 

Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda

Ambiente seguro 

Ter umaequipe preparadapara conhecer ascaracterísticas da deficiência e especificidades de cada estudante, saber ouvir e acolher o aluno e sua família, é um diferencial fundamental para aplena inserçãodeles na escola e assegurar o aprendizado.

Na Escola Benvinda de França Messias, o acolhimento foi o determinante para o desenvolvimento do aluno Arthur Borges, de 9 anos, do 3º ano. Ele também tem TEA, além de transtorno bipolar e, segundo a mãe, antes de estudar ali, era muito agitado e não conseguia interagir com outras crianças. “Ele não ficava em sala de aula, era inquieto. E hoje eleteve uma evolução”, relata a mãe, Nathália Borges.

Nathália é mãe solo do Arthur, que tem uma irmã mais nova. Ele teve o diagnóstico aos 6 anos. ”Quando eu descobri, para mim foi difícil, porque eu achava que eu não ia saber lidar. Foi umgrande desafio”, relembra. Hoje ela tem na escola o apoio, tanto naeducação, como nodesenvolvimento afetivodo filho.

“O Arthur é muito querido aqui. Por toda a equipe. Desde a portaria, na diretoria, em sala de aula… Então eu tenho umasegurança na escolaporque aescola abraça ele. Eu fico em paz porque sei que ele tá sendobem cuidado por todos”, comemora Nathália.

Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda

“É umacaracterística da nossa escolaesse acolhimento das crianças com deficiência. E eu tenho um carinho muito grande pelo Arthur, já fiz outras atividades com ele aqui. A gente sempre teve um cuidado de não aglomerar muito, para ter esse cuidado com as crianças autistas, que têm sensibilidade ao barulho, e ele já foi lá na frente fazer apresentação, falou sobre a água… Ele já participou de peças teatrais, tudo adaptado para ele”, comenta a professora Leidiane Rodrigues.

Arthur não hesitou em responder ao carinho da professora: “Eu gosto da Leide [professora Leidiane], gosto da diretora, da minha acompanhante… Amo elas. Eu amo estudar, aprender letras, a, b, c, d… É umaescola especial”, afirmou.  

Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda

Inclusão educacional

A Rede Municipal de Educação de Belém conta hoje com4.215 estudantes com deficiência ou altas habilidades/superdotação, além daqueles em processo de avaliação para fechamento de diagnóstico.

Parapromover e fomentar a inclusãodesses alunos, e garantir seu direito à educação, em 2013 foi criado oCentro de Referência em Inclusão Educacional “Gabriel Lima Mendes”(CRIE), vinculado à Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Semec). 

O CRIE é responsável por garantir aformação continuada em educação especialde docentes e dos demais profissionais da educação do município. Segundo a coordenadora do CRIE, Nilma Machado, é necessáriopreparar a rede para atuar com os estudantes que possuem deficiência ou altas habilidades/superdotação.

“Costumo dizer que, para trabalhar com educação,precisa gostar de gente. Para trabalhar com educação especial, mais ainda”, comenta a coordenadora.

Crédito: Élida Miranda
Crédito: Élida Miranda

Nilma explica ainda, que o CRIE é encarregado de planejar a implementação de novas salas de recurso multifuncional; de preparar os recursos humanos, como acompanhantes especializados e estagiários que atuam no AEE; de avaliar os espaços físicos das escolas para a adaptação às necessidades especiais dos estudantes. Além disso, realiza avaliação multiprofissional dos estudantes; cursos livres na área e cursos para mães atípicas; realiza ações em datas comemorativas, dentre outras atividades para ainclusão e a acessibilidade na educação

Direito de todos os estudantes

NoDia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado neste dia 3 de dezembro, a professora Pedrina Quaresma, com 42 anos de experiência na educação, lembra que todas as crianças têm direito à educação, o direito de aprender e de estar na sociedade. “É direito de todo ser humano. E todas as crianças com deficiência são seres humanos. A gente tem que olhar para a criança e não colocar a deficiência na frente dela, e sim colocar a Ana, a Júlia, a criança que ela é, e tratar ela como criança e dar a ela todas as oportunidades”, conclui a professora.