Com a chegada das festas de fim de ano, o panetone volta a ser um dos itens mais procurados pelos consumidores para as ceias de Natal e Ano-Novo. Os preços, porém, não estão convidativos, registrandoreajustes superiores a 20%, mais que o dobro da inflação de 4,60% acumulada nos últimos 12 meses, aponta pesquisa realizado na primeira semana de dezembro pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedcon) e pelo Departamento Intersindical de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese Pará).Tanto o panetone industrializado como os insumos para o preparo dos artesanais registraram alta de preço.
Segundo a pesquisa, divulgada nesta terça-feira, 9, os preços dos panetones de 400g com frutas cristalizadas variam de R$ 13,99 a R$ 29,40, enquanto versões com gotas de chocolate chegam a superar R$ 30. Há também as chamadas opções “premium”, que ultrapassam a casa dos R$ 300em lojas especializadas, evidenciando um mercado de preços diversos entre itens populares e produtos de alto valor agregado.
De acordo com o supervisor técnico do Dieese Pará, Everson Costa, “essa alta no preço dos panetones é ocasionada pelas elevações dos preços dos insumos para a fabricação desse produto, especialmente do chocolate, que acumula alta de quase 23% em 12 meses, segundo dados do IPCA/IBGE [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]”, explicou o economista.
Diante da expressiva alta nos preços dos panetones industrializados, o empreendedorismo artesanal tem se destacado como alternativa economicamente importante. Conforme a pesquisa Sedcon e Dieese Pará, aprodução local de panetones mostra que, mesmo com insumos mais caros, ainda é possível oferecer produtos a preços competitivos. O panetone artesanal de 500g, por exemplo, apresenta custo médio de R$ 17,80 e preço final girando em torno de R$ 40; outras versões, como de frutas, chegam a custar em torno de R$ 35; já os minipanetones de 100g saem por R$ 10.
Destacam-se ainda para os bombons regionais gourmet e a criatividade dos “quadradinhos de panetone”, que agregam valor e ampliam a rentabilidade do negócio.

Thalyta Ávila Costa, de 25 anos, comercializa panetones, pães de mel, geleias, brownies e bombons regionais em um boxe colaborativo no Mercado de São Brás e em feiras itinerantes promovidas pela Prefeitura de Belém, por meio do Departamento de Apoio à Produção da Sedcon. A empreendedora conta que, apesar das altas nos preços para a confecção dos panetones, tenta ao máximo não repassar para o consumidor. “Além disso,o grande diferencial está na qualidade no modo de fermentação e as opções de sabores regionais, como castanha-do-pará e creme de cupuaçu”. Segundo Thalyta, nesta época do ano o lucro chega a triplicar em relação aos demais meses do ano, o que indica o crescimento da preferência pelos produtos artesanais.
Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, André Cunha, “a escolha pelo consumo dos panetones regionais remete àvalorização da gastronomia regional, do empreendedorismo local e promove o aquecimento da nossa economia. Por isso, cada vez mais a Prefeitura de Belém tem proporcionado espaços de comercialização para que esses empreendedores gerem emprego e renda”.

Além do boxe colaborativo rateado entre as empreendedoras no Mercado de São Brás, as comerciantes também participam doprojeto “Dia Delas na Feira”,promovido pelo Departamento de Apoio à Produção da Sedcon, levando cerca de 300 mulheres a atuar alternadamente nas Praças da República e Batista Campos e no Complexo Turístico Ver-o-Rio com a venda de artesanatos, confecções, bijuterias, gastronomia e demais produtos da economia criativa.

Lidiane Risuenho coordena pela Sedcon cerca de 300 empreendedoras que comercializam alternadamente nos espaços públicos de Belém, como as Praças da República e Batista Campos e o Complexo Turístico Ver-o-Rio. Nesta época do ano, o panetone é um dos carros chefes de venda.
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