A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcul) vai realizartrês oficinas de formação em grafite em escolas dos bairros do Jurunas, da Terra Firme e da Pedreira. Cada turma reunirá 30 participantes, que terão aulas teóricas e práticas. Os ministrantes são artistas com diferentes influências, vertentes, trajetórias e vivências, como Tia Ireny, arte-educadora e grafiteira indígena, Carlos Nyalles, artista visual natural do município de Vigia, e José Santana, grafiteiro, educador e responsável pela Galeria TF, a primeira galeria de arte urbana do bairro da Terra Firme. A formação tem apoio institucional da Prefeitura de Belém.
As oficinas, que ocorrerão de18h às 22h, serão realizadas no períodode 21 a 25 deste mês nas escolas municipais Solerno Moreira, no bairro da Terra Firme, e Honorato Filgueiras, no bairro do Jurunas; e de28 de julho a 1 de agosto na escola municipal Josino Viana, na Pedreira. Os concluintes vão receber certificados.
Segundo Aiuá Reis Queiroz, superintendente da Semcult, as oficinas foram planejadas para qualificar as pessoas que atuam na arte urbana do grafite e também colaborar com o debate sobre os diferentes formatos das chamadas artes de rua e o vandalismo, considerando que o espaço público da Feira do Açaí, cuja reforma foi recentemente inaugurada pela prefeitura, foi alvo de atos do gênero.
“As oficinas objetivam qualificar o debate sobre as chamadas artes de rua e também capacitar pessoas com aulas ministradas por artistas gabaritados e desta forma colaborar para que Belém ganhe mais espaços públicos embelezados com arte contemporânea e muito coloridos”, disse o superintendente nesta quarta-feira, 16.
Oficinas terão módulos teórico e prático
O conteúdo das oficinas de grafite será apresentado em duas etapas. A primeira com a formação teórica, na qual serão desenvolvidas técnicas como criação de letras, personagens, sombra e luz. A parte prática será realizada durante três dias, com experiência direta nos muros, utilizando materiais como tinta, rolo, pincel e spray.
Segundo o coordenador das oficinas, o produtor cultural Daniel Carvalho Costa, a proposta não é somente técnica. “Trata-se também de debate, de troca e fortalecimento da potência política, estética e comunitária dografite como ferramenta de construção coletiva e de transformação social”, afirmou.
“Esses espaços formativos são fundamentais porque reconhecem o grafite como uma linguagem legítima de expressão visual urbana de quem pertence à cidade. Nascido do movimento hip hop, o grafite não reforça a separação artificial entre si e a pichação; pelo contrário, parte do entendimento de que ambas são expressões autênticas de ocupação e resistência nos territórios periféricos”, disse Daniel Carvalho.
Outro aspecto destacado pelo coordenador das oficinas é o da valorização do grafite pela Semcult. “Levar o grafite para dentro das periferias como prática formativa é valorizar uma linguagem que já nasce nesses lugares, pois estamosabrindo caminhos para que a juventude ocupe, pense e transforme os espaços que habita”, afirmou.
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